Sete anos sem Tarcísio Burity

terça-feira, 25 de maio de 2010


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No próximo dia 8 de julho, a Paraíba deverá comemorar o aniversário de morte do ex-governador Tarcísio Burity. Com certeza haverá dezenas de justas homenagens, missas, notas. Entre todas as que já li, prefiro do Tião Lucena, escrita no 1º aniversário.

Governador por 2 vezes, em 1982 recebeu a maior votação consagradora para deputado federal: 170 mil votos. Agora feche os olhos e lembre-se: Burity foi o idealizador e responsável pela construção do Mercado de Artesanato da Paraíba, do Centro Turístico, da via litorânea de Intermares, do Hemocentro da Paraíba, do Terminal Rodoviário de João Pessoa, do espaço Cultural e da minha nação, minha cidade, Mangabeira.

Terminou há pouco a missa que marcou o primeiro ano da morte de Tarcisio Burity.

Juro que, quando me dirigi à igreja, tive medo de encontrá-la vazia, pois sempre acontece isso aqui na Paraíba: o morto é chorado por centenas nas primeiras semanas do seu adeus, mas quando o tempo passa apenas a família e alguns amigos mais chegados se atrevem a lembrar dele.

Depois vi que o medo não tinha razão de ser. A igreja do Mosteiro de São Bento ficou pequena para receber tanta gente. Tinha autoridades, tinha gente do povo, tinha pobre e tinha rico. Faltou cadeira para acolher a todos. A mulher do ex-deputado Assis Camelo, que foi ao cabeleireiro antes de ir à missa, assistiu ao culto religioso de pé porque chegou atrasada.

Todos ali sentiam a mesma coisa: saudade. Muita saudade. Ele partiu há um ano e parecia que tinha sido ontem. Ainda via-se nos olhos do povo humilde as lágrimas querendo surgir como denúncia da surpresa pela notícia que ninguém esperava. Ainda via-se o jeito de incredulidade emoldurando faces e emoções.
Havia somente uma diferença na cerimônia de hoje: a absoluta ausência daqueles que choram lágrimas de crocodilo para tirar vantagem da dor dos outros. Esses não estavam lá, não precisavam mais da platéia emocionada para se fazerem solidários de mentirinha. Presentes apenas os amigos, os verdadeiros amigos, sem títulos políticos, sem diplomas de Assembléias, de Senado ou de Governos. Só o diploma da amizade sincera, preenchido com as letras da saudade e emoldurado pelas doces lembranças que fazem morada no coração que ama para nunca mais ir embora.

Abracei dona Glauce, a viúva. Cumprimentei os filhos. Dei abraços de saudades nos amigos do peito Gonzaga Rodrigues, Murilo Bernardo, Martinho Moreira Franco, Manoel Sales Sobrinho, Aramis, Rivaldo Dutra, Chico e Neto Franca, Nau dos Anjos, Marizete Fernandes, Deusimar, Maria, Arimatéia, Amilca, João Pedro, Mazureike Morais, Júlio Aurélio Coutinho, Toncá, Cleanto Gomes, Marcus Odilon, Antonio Carlos Escorel, Severino Ramos e inúmeros outros que citar aqui não dá por absoluta falta de espaço.

Voltei para casa com a certeza de que os bons, aqueles que somente plantaram o bem, jamais serão esquecidos.

Burity, lá no céu onde se encontra, está feliz e fazendo o possível para tirar do nosso peito esta dor que ainda dói por causa da sua falta.

Tião Lucena