Morre Luiz Augusto Crispim.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Após lutar durante quase dois anos contra um câncer na próstata, o ex-secretário de Comunicação do Estado, jornalista e advogado Luiz Augusto Crispim, 62 anos, faleceu no inicio da noite deste sábado (06), no Hospital da Unimed. Ele estava desde a última sexta-feira (28) internado após apresentar um quadro de insuficiência respiratória, Crispim deu entrada de urgência na Unimed na última sexta-feira com quadro grave de insuficiência respiratória. Lutando há dois anos contra um câncer de próstata, o advogado e jornalista chegou a ter dificuldades na fala durante o final de semana.


Luiz Augusto Crispim - Intelectual nato. Advogado, foi Sub Secretário de Cultura do Estado, Membro da Academia Paraibana de Letras e cronista de renome. Procurador do Estado, exerceu vários cargos na sua vida pública, entre os quais Procurador Geral da Prefeitura de João Pessoa, Presidente da Fundação Espaço Cultural José Lins do Rêgo, Presidente da Academia Paraibana de Letras.

DOIS POEMAS DE CRISPIM

POEMARINHO DA NINFA DISTRAÍDA

Luiz Augusto Crispim

à flor da água,
em sutilíssima manobra,
os pés pequeninos
da menina marota
voejam na rota
de doce marola.
E eis que flutuam de graça
- é ela que vem e que passa -
por sobre a incredulidade
dos homens e, sobretudo,
das mulheres que passaram para sempre.
Ah, essas mulheres
e esses homens de pouca fé...

OLHAR SOBRE A MESA

Esses olhares furtivos
pelos salões festivos
ah, são balões cativos
fundeados sobre a mesa
em charme de linho branco,
que eu não consigo evitar.
Sobre as nódoas do desejo,
entornas o vinho tinto
e, logo, pecas sobre o bouquet,
vagamente cabernet.
Fazes até parecer
inúteis os impecáveis
guardanapos de crèpe da China
e, afinal, dizes no olhar confidências
em menuetto, quando todos esperavam
que disseste em alegretto.


Uma Crônica de Crispim

Bonzinho é péssimo - Luiz Augusto Crispim

- Bonzinho, aquele rapaz, não?

Se você ouvir um comentário desse, meu caro leitor, faça de tudo para que não seja dirigido a você mesmo.

No “ranking” utilitário da vida, ser bonzinho é péssimo.

É como ocupar a categoria do moço “que redige direitinho”. Jamais será um grande escritor. O esforço que gastou para alcançar a categoria dos que “redigem direitinho” já foi demais para ele.

Nesse caso, até concordo. Ou se escreve bem, feito gente grande, ou não se passa do rés-da-calçada.

Não me lembro quem costumava dizer que o homem vale pelo mal que é capaz de fazer.

Nunca acreditei nisso, mas, na prática, quem não é capaz de aquilatar o valor dos fazedores do mal ao longo da vida? Estou falando de valor de mercado, valor de troca. Até porque outros valores - para estes - não valem grande coisa...

Mas, na hora dos tratos e dos retratos, do dar e do receber, de quem há de ser a precedência?

Do rapaz bonzinho ou do “bad boy”?

A honradez, a inteireza do caráter, a firmeza dos princípios, isso tudo são conceitos que, aos poucos, vão-se tornando relativos, desassociados das pessoas.

Em vez de respeitar e admirar pessoas honradas, o que importa é saber se elas sabem esconder direito a desonra.

Em vez de cultivar um caráter límpido, inteiriço, o cuidado deve ser com a próxima curva. Porque o importante é exibir um caráter para cada curva do caminho.

Quanto aos princípios, estes se justificam pelo fim que é preciso alcançar.

Tudo é uma questão de competência.

Pautar a vida fora desse código é violar a Lei Maior, a Lei de Gérson, norma fundamental da nova ordem no país das vantagens e das aparências.

Na selva moderna, a seleção das espécies começa eliminando os bonzinhos. São os primeiros a perecer. Primeiro, nessa ordem de precedência (e, naturalmente, de sobrevivência) deve ser contemplado, de fato e de direito, o titular da maldade, levando em conta as potencialidades do mal que ele é capaz de fazer...

O Natal da crise e dos impostos

Por Bruno Bezerra
Do blog Atitude Empreendedora

Nem mesmo Papai Noel escapa da gula do sistema tributário brasileiro. Um estudo realizado pelo IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) e divulgado na segunda-feira (17) mostrou que a carga tributária pode chegar a 78,43% do valor do presente de Natal deste ano.

O sistema tributário brasileiro tem um apetite de tsunami. Neste Natal, quem for comprar brinquedos, por exemplo, pagará mais de 1/3 do preço só de impostos, em média 34,3%.

Com a famigerada crise financeira mundial, vários setores da economia prevêem aumento nos preços e queda nas vendas. Os produtos importados são diretamente impactados pela alta do dólar. Por isso, a previsão de reajuste nos preços dos produtos importados é certa.

O estudo do IBPT mostra que o perfume importado é o presente com maior carga tributária, seguido pelos jogos eletrônicos (72,18%), perfume nacional (69,13%), uísque (61,22%), tênis importado (58,59%) e vinho (52,5%).

Abaixo a tabela completa do absurdo tributário brasileiro neste natal:

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