Ricardo x Centro Histórico

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010


Acompanhei atentamente, através de releases na imprensa, o encontro do governador eleito Ricardo Coutinho com diretores do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) nesta semana, no Rio de Janeiro. A ideia do “Mago“ é fomentar a cidade baixa de João pessoa (Centro Histórico) ocupando a antiga fábrica Matarazzo, como sede para instalação de novo Campus da (UEPB). Até aí tudo bem.



Ricardo quer, já no próximo ano, implantar projetos que garantam a expansão e a consolidação da UEPB em João Pessoa.

“Nós achamos que a antiga fábrica da família Matarazzo, no Centro, na cidade baixa, é o local ideal para isso, pois além de facilitar o deslocamento dos alunos, professores e funcionários, também vai garantir a revitalização daquela parte da Capital”, disse Ricardo Coutinho.

A partir deste ponto é comigo, principalmente para cobrar de Ricardo uma promessa que até hoje não saiu do papel, embora foi comemorada na época com festa e empolgação. Falo do tal “Projeto Moradouro”, anunciado em 2007 que visava transformar prédios abandonados em edifícios residenciais, possibilitando assim a revitalização do Centro Histórico de João Pessoa, através da habitação. Até hoje o tal projeto não instalou nenhuma família nos 35 apartamentos anunciados pelo então prefeito e hoje governador eleito da Paraíba.

Lembrar a Ricardo que os prédios situados na Rua João Suassuna, entre a praça e a Estação Ferroviária, no Varadouro, continuam abandonados desde o lançamento do projeto, em março de 2007, onde cada um dos sete casarões deveriam conter cinco apartamentos, com variação de 52 a 68 metros quadrados, distribuídos em dois quartos, sala única, cozinha, área de serviço e banheiro, orçados em aproximadamente 35 mil reais.

Ricardo, antes da Matarazzo, lembra aí do “Moradouro” que se não morreu, anda na UTI.

Alencar, esperança!


Depois de 16 intervenções cirúrgicas na luta contra o câncer, José Alencar poderia mudar de nome e ser chamado de Esperança. Acompanha passo a passo pelo imprensa a luta incessante deste homem que incansavelmente luta pelo direito de viver. O que se pode esperar de alguém que luta contra o câncer?

Alencar alimentar qualquer esperança para nós, que “vivemos com saúde”, é sempre somos seduzidos por pensamentos e linguagens materiais.

Não posso assistir calado essa verdadeira guerra travada pelo direito de viver sem fazer algum registro solitário. Este sim, Alencar que conhecemos pela mídia, que de sua áurea comove e nos faz lutar e transgredir obstáculos, que diante dos que ele luta, de tão pequeninos, são pingos de água em um oceano.

Mineiro e um dos maiores empresários no ramo têxtil, foi destemido ao discordar dentro do próprio governo Lula, nas diversas tentativas em manter os juros altos como forma de controle da inflação, agora luta contra uma guerra injusta travada dentro de si. A luta contra o câncer e o direito a sobrevida a cada noite como se fosse a derradeira.

Toda vez que vejo José Alencar, renovo em mim que a esperança só inexiste quando já se sabe o final.

Alencar, brasileiro Esperança.

Os condenados...

“Casa de ferreiro, espeto de pau”, esse ditado cai muito bem para o Ministério Público da Paraíba, já que dos seus 905 funcionários, quase 50% estão na folha de pagamento do órgão sem nunca prestar concurso público. Mesmo assim o MPE determinou que no prazo de 45 dias, o governo do estado e Assembleia Legislativa da Paraíba demitam todos os comissionados.

Na folha de pessoal do Ministério Público, disponível no Sistema do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (Sagres), é possível descobrir que dos 905 funcionários da Instituição, presidida pelo procurador-geral Oswaldo Trigueiro Filho, 466 são funcionários efetivos, 51 aparecem como “efetivos e comissionados”, 66 foram contratados como “comissionados” e 322 ocupam o cargo de “assessor”, que sozinhos representam 34% do quadro funcional.

O artigo 37 parágrafo II da Constituição de 88 lembrado com frequência pelo procurador Oswaldo Trigueiro para justificar a sua decisão diz o seguinte: “A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração”.

O Ministério Público da Paraíba tem hoje um salário médio de R$ 7.791,98 (sete mil, setecentos e noventa e um reais e noventa e oito centavos), superior ao salário médio de todas as prefeituras da Paraíba, já que sua folha mensal é de R$ 7.441.347,51 (sete milhões quatrocentos e quarenta e um mil, trezentos e quarenta e sete reais e cinquenta e um centavos).

A administração direta da Prefeitura de João Pessoa, que possui a maior folha de pessoal do estado, tem um salário médio de R$ 1.195,00. Em setembro, a administração municipal declarou uma folha de R$ 22.002.627,50 (vinte e dois milhões, dois mil, seiscentos e vinte e sete reais e cinquenta centavos) para uma folha de 18.400 funcionários.

Já a Prefeitura de Alcantil, que hoje tem 344 funcionários, tem um salário médio de R$ 829,11 (oitocentos e vinte de nove reais e onze centavos) para uma folha mensal de R$ 285.215,96 (duzentos e oitenta e cinco mil, duzentos e quinze reais e noventa e seis centavos).

O OUTRO LADO

De Porto Alegre, o procurador Oswaldo Trigueiro disse que não existe nenhuma relação do quadro de assessoria do MP com a decisão de demitir prestadores de serviços do estado e assembleia. Segundo o procurador, os 322 assessores que são nomeados e recebem gratificação, são funcionários de prefeituras de diversas cidades da Paraíba.

Perguntado se não era um número elevado para o quadro de assessoriaque chega a 34% do total de funcionários do MP, o procurador disse "o caso do MP" é totalmente diferente do problema existente no estado, prefeituras e Assembleia.


30 Mil demitidos

Pelo pouco que conheço de Ricardo Coutinho como gestor público, os prestadores de serviços do estado (que trabalham) podem dormir tranquilos, que não sairão jamais de seus locais de trabalhos.

Desde 2005, a prefeitura de João Pessoa só fez contratar gente sem concurso público, chegando a quase 11 mil “apadrinhados” e nenhum foi colocado para fora.

Uma dica boa é vestir um traje laranja e aprender logo a canção que fala assim: ♫ Do litoral ao sertão, cada um tem um 40 batendo no coração ♪