Ele se acha o eleito

quinta-feira, 12 de março de 2009

Pergunte ao seu melhor amigo se ele lembra em qual deputado votou na última eleição? E para vereador? Ontem eu fiz essa pesquisa entre as pessoas que conheço e de um grupo de 28 pessoas, somente dois souberam responder.

A verdade é que ninguém busca opções. Ninguém pesquisa candidatos. Cada candidato tem uma história, mesmo que escondam.

Não podemos perder as oportunidades e motivos para reclamar. Ninguém pode garantir que, com os graves e profundos problemas sistêmicos que atravessa nossa Paraíba, tudo mude num passe de mágica. Nada vai mudar nunca deste jeito, até porque políticos, policiais e empresários corruptos, são pessoas iguais a mim e a você. Eles fizeram uma opção de vida, enganar o povo, e nós escolhemos descaradamente o lado de ser enganado. Se quisermos uma Paraíba justa e mais decente, em 2010 devemos fazer nossa grande opção. Uma quarta ou quinta via.

Ontem começou a ser ventilado uma chapa para 2010 que batizei de “Chapa danada de Ruim”. Entre as três beldades tem ELE, que se acha o paladino da moralidade e da honestidade. Ele navega do Lixo a Informática e adora merendar. Em breve mergulhará no CBUQ e ficará conhecido como “O Senhor do Asfalto”.

O maior prazer DELE é processar o pessoal de imprensa. Basta chamá-lo de “Papa-Figo” que ele fica uma Arara da cor de Jerimum.

ELE só não se acha Deus nem filho do HOMEM por opção. Ultimamente ele usa uma estratégia de marketing político usada por raposas antigas e velhas: O velho truque da “indefinição” para manter-se artificialmente no centro do debate político.

Ninguém é obrigado a concordar com o que escrevo, mas a vida é assim: quando você expulsa um demônio de sua vida, é melhor dar um jeito de manter algo melhor em seu lugar. Caso contrário, o demônio voltará mais forte!

ELE dorme e acorda se achando o eleito.


"O Eleito" Lobão

Composição: Lobão & Bernardo Vilhena

Ele é esperto e persistente

Acha que nasceu pra ser respeitado

Ele é incerto e reticente

Acha que nasceu pra ser venerado

O palácio é o refúgio mais que perfeito

Para os seus desejos mais que secretos

Lá ele se imagina o eleito

Sem nenhuma eleição por perto

Ele é o esperto, ele é o perfeito

Ele é o que dá certo, ele se acha o eleito

Seus ternos são bem cortados

Seus versos são mal escritos

Seus gestos são mal estudados

A sua pose é militarista

Ele se acha o intocável

Senhor de todas as cadeiras

Derruba tudo pra ficar estável

Ele não está aí para brincadeira

E o tempo passa quase parado

E eu aqui sem a menor paciência

Contando as horas como se fossem trocados

Como se fossem contas de uma penitência

E tudo parece estar errado

Mas nesse caso o erro deu certo

Foi o que ele disse a o pé do rádio

Com a honestidade pelo avesso !