“A Máfia do Lixo” PARTE I

sábado, 16 de fevereiro de 2008

O mundo do lixo, licitações fraudulentas e irregulares, contratos superfaturados ou não executados e troca de favores no jogo político são vícios comuns na prestação terceirizada de serviços de limpeza urbana. Aproximação de empresas com poder público alimenta esse círculo, que estende sua área de abrangência também pela Paraíba.

Repetições de licitações viciadas ou a própria dispensa de licitação, superfaturamento, não-execução de contratos e barganha política, a partir do financiamento de campanhas eleitorais pelas empresas de limpeza urbana, são fatos comuns na prestação de serviços na área de lixo. O argumento da urgência ambiental derruba licitações. O lobby e a permissividade com o poder público resultam em concorrências dirigidas, vencidas por quem está na área há mais tempo.

A dificuldade de provar a coleta, a varrição e os preços cobrados (o peso do lixo aumenta 40% com as chuvas, por exemplo), associada às dotações orçamentárias milionárias, favorece o superfaturamento dos contratos. Esses mesmos contratos deixam de ser executados em conformidade com os pagamentos efetuados por causa da fiscalização ineficaz.

Ao mesmo tempo, as empresas sabem como ganhar vantagem no jogo político, atacando numa das principais frentes: as campanhas eleitorais. Nas eleições de 2002 e 2004, quatro das maiores empresas que atuam no País irrigaram R$ 9,75 milhões nas campanhas de diversos partidos. E isso com base apenas na declaração oficial feita ao Tribunal Superior Eleitoral.

Vale a pena ler o livro “Al Kartell” do Ênio Noronha ou visitar o portal do www.mafiadolixo.com.br que por ironia do destino cita a cidade de João Pessoa como rota desta ação mafiosa imunda.

Clilson Júnior
( pode copiar, reproduzir desde que cite a fonte - http://manchetepb.blogspot.com/ )