Ganhou ou perdeu?

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

A Paraíba inaugura, com o desenlace da reunião do PSDB, uma nova forma de rompimento. Um rompimento sem brigas públicas, nem confinamento de convencionais.

Não é difícil compreender, pelo desfecho desta histórica sexta-feira, que Cássio e Cícero a partir de agora estarão rumando para lados diferentes, apesar de terem mantido, publicamente, as aparências.

Não fosse assim, Cássio teria, novamente, saído da reunião carregando Cícero pelos braços e bradando: “Eis o nosso governador!!!”. Não fosse assado, Cícero teria saído da reunião alegando que estaria renunciando a candidatura em nome do grupo.

É certo que “Cição” mostrou força interna no PSDB. Tanto nacional como regionalmente. Quando todo mundo achava que ele ficaria isolado diante da “onda Ricardo”, ele disse quem mandava.

Só que política, como tudo na vida, tem dois lados. Ora, se o objetivo de Cícero era o de vencer Cássio partidariamente, ele venceu. Se for tê-lo como aliado, Cícero perdeu.

E por uma questão muito óbvia: o senador negou a presidência do PSDB paraibano ao ex-governador, mesmo querendo o apoio a todo custo. É como se dissesse: “Cássio, você me serve pra isso, mas não me serve pra aquilo”.

Não seria isso, no caso, uma relação de exploração?

Para Cássio, foi.

Por isso que o ex-governador, diante da exigência do PSDB Nacional em manter candidatura própria na Paraíba, não tem outra saída senão a de deixar o partido.

Como se quisesse dizer a Cícero que para conquistar apoios não basta controlar legendas. Mas convencer aliados.

Luiz Tôrres

PERDOA-ME POR ME TRAIRES

Todos sabem o que é política na Paraíba: Várias expectativas de caminhões de dinheiro para fazer uma campanha, juntamente com um grupo de mal feitores unidos por uma causa, que para eles, pode ser mais do que justa. O povo é que se lasque de uma vez!

Essa história de Cícero, Cássio, Ricardo e Maranhão já encheu meu saco de uma vez. Prometo não comentar por uns belos dias aqui nesta coluna qualquer assunto ligado a união ou desunião desta tralha. Para “Clilsin”, nessa perna já deu cupim!

De quando em quando lembro do Erasmo, aquele de Roterdam que além de “Elogio a loucura”, produziu coisas como “El Ciceroniano”, “Adágios del Poder e de la Guerra”, “Filosofia Cristã”, “Eclesiastes” ...

Vou tratar de mudar a faixa do disco, pois esses políticos paraibanos e brasileiros em regra, não podemos mais tratar como algo especial, e sim como fruto da mais da louca humanidade.

A loucura política nesta terra de Augusto, adquire a cada dia uma dimensão plena de ambigüidade. Precisamos sim, ironizar também os poderes dos seres humanos em suas forças subterrâneas. Cada um que queira ser Cristo para justificar-se religiosamente suas conquistas. Nenhum desses líderes pensam ultimamente com a mesma e extrema habilidade no povo na hora de decidir. Vamos "tacar" pimenta nas feridas de cada debate e mandar todos “pras cucuias”, só assim saberão respeitar a relação entre povo, informação e poder.

Já não basta ter que assumir a condição de eleitores imbecis, e que não passamos de simples “cornos mansos eleitorais” ? Sabemos que os ditos “líderes” estão nos enganando, mas tem sempre uma justificativa romântica para a traição do seu amado candidato.

- ”Melhor o meu candidato, que é de esquerda (ou de direita), do que o seu, que é de direita (ou de esquerda)”.

Corno que é corno permanece fiel, mesmo que a traição esteja estampada em seus olhos. O pior de tudo é que agimos errado, como todos os cornos. Temos que bombardear a cornitude eleitoral paraibana.

Como diria Nelson Rodrigues, os eleitores vão às urnas e com o voto de um corno fiel sempre suplica ao bandido político: PERDOA-ME POR ME TRAIRES.